Há uns anos atrás o nosso quintal era uma verdadeira horta. O meu pai tratava dele de forma exemplar. Hoje ao fotografá-lo com este aspecto selvagem, até o achei bonito, mas fiquei com saudades...

O meu pai ensinou-me muitas coisas, as mais importantes sem dúvida.

Não sobrou muito tempo para o acompanhar em todos estes detalhes do ciclo anual da horta.

O trabalho esta semana foi tudo menos enfadonho:
Na terça levou-me a Santarém, e depois a um jantar numa tasca na Pontinha em Lisboa na companhia de colegas de trabalho, todos deslocados: do Porto, de Coimbra e do Algarve. Foram bons petiscos e boa conversa.
O dia seguinte levou-me bem cedo a Beja e de tarde o regresso ao Porto e a casa.
Hoje estive em S.João da Madeira, para almoçar em Coimbra, a caminho da Figueira da Foz.
Escrevo este post numa clínica no Estádio do dragão enquanto espero pela Mariana que está a fazer fisioterapia.
Volto a dormir em casa, e amanhã planeio deslocar-me a Braga.

Posso assegurar-vos: Portugal em Maio é lindo.
Enfadonho: é nestes quilómetros todos ouvir as rádios nacionais permanentemente com os mesmos temas, que nada interessam para a felicidade das pessoas. Ontem por exemplo ouvi dezenas de vezes que o PM vai deixar de fumar e que o País exige que a Uefa troque o FCP pelo SLB na próxima Liga dos Campeões.

Depois de um fim-de-semana junto com casais, todos com filhas , e capazes de fazerem tudo por elas, fiquei absolutamente enraivecido, quando hoje numa sala de espera, folheei o Diário de Notícias e deparei-me com uma artigo sobre um pai Iraquiano que invocando a sua honra, matou a sua filha esmagando-lhe o pescoço com a bota. A mãe desesperada tentou salvá-la e chamou os dois outros filhos jovens também. Estes vieram, colocaram-se do lado do pai e ajudaram à chacina.

Para ti Rand, jovem de 17 anos, a minha tristeza pela impotência de nada conseguir fazer, senão ajudar a divulgar.

Um dia já não são crianças!

Quando nos pedem para ficar pela primeira vez uma noite fora de casa num local e pessoas que não são da nossa confiança ficamos sem saber o que fazer!
Confiamos nela e neles ?
Rejeitamos de forma autoritária?
Cedemos com mil e um conselhos?
Fazemos uma cena à italiana com gritos e insultos?
Negociamos ou chantegeamos?
Pede-se conselhos aos amigos?
Descarta-se dizendo que isso é com a mãe?

Ficou pelo "à meia-noite vamos-te buscar". Da parte dela, uns olhos a revelar lágrimas, e no coração não consigo saber.

Forum Ambiente - que saudades!

Estive a folhear com a Mariana a minha colecção de revistas Forum Ambiente. Desta feita para encontrar literatura sobre espécies ameaçadas em Portugal, para um trabalho de grupo que ela tem de fazer na Escola.

Como é possível termos nos escaparates das tabacarias tantas revistas de tretas mundanas, e nem uma sobre ambiente, desde que esta acabou!

O desporto é fantástico. O grande contra são as lesões. Portugal tem muito que evoluir. As autarquias estão a dotar o país de boas infra-estruturas desportivas, e o incentivo ao desporto é real. Mas está desajustado no que diz respeito aos milhares de atletas amadores federados ou não, que praticam as diversas modalidades. Quando se contrai uma lesão fica-se com um calvário de problemas. Existem muito poucos especialistas, e a urgência do Hospital não trata, excepto lesões muito graves. Os clubes amadores, as associações e as Escolas não dispõe de corpo clínico. As clínicas especializadas em medicina desportiva são poucas e caras. O Estado deve promover o desporto para todas as idades, mas tem em paralelo de desenvolver a protecção da saúde dos atletas de uma forma efectiva.

A mobilização das pessoas para causas públicas, sejam elas quais forem, já não é o que era.

Há uns anos atrás o espectáculo e convívio popular promovido pelo SC Nun'Álvares neste 1º de Maio teria tido muito mais gente. Ainda assim reuniu cerca de 1000 pessoas, na sua grande maioria crianças e jovens. Também foram muitos os que voluntáriamente trabalharam na sua realização.

A receita reverteu para as obras dos balneáreos do novo complexo desportivo.